PORQUE ALGUMAS AVÓS NÃO APOIAM O ALEITAMENTO MATERNO??

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João da Silva

AUTORA

dra Daniela T.D. Tescari

Entenda como começou o movimento de "sabotagem" ao aleitamento materno no século passado, 
e nunca mais brigue com elas!!
Porque será que algumas avós torcem tanto o nariz para as orientações de amamentação?

Quantas de nós já ouviram que “na minha época se dava chá de camomila e você dormia muito bem...”? Ou “vocês tomaram mamadeira e ninguém morreu até agora!”.

Nossas mães e avós, tão queridas, tão necessárias, tão companheiras e tão guerreiras, porque parecem estar querendo trabalhar “contra” esse lindo projeto de amamentar o nosso bebê? É de ficar maluca, né?

Pois é, mas já parou pra pensar porque elas falam assim? Muitas mães já me responderam que era porque as avós não haviam conseguido amamentar, porque tinha doído, porque limita a vida da mulher, porque não teve leite, enfim, várias respostas. Minha própria mãe não conseguiu amamentar por pura falta de apoio e orientação: quando eu chorava de fome diziam que eram cólicas e que ela devia dar chá, quando minha irmã chorava de cólicas, minha mãe dava mamadeira de leite em pó, lembrando que tinha faltado leite pra mim, e ela não queria que faltasse para a segunda filha. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é o quanto elas todas, as mulheres mais velhas e sábias da nossa sociedade, foram atravessadas por um atropelo de fatos em várias frentes que culminou em um movimento mundial de desaleitamento...

Senta que lá vem história...

Lá pelo final do século 18 (calma que a história não é tão longa assim!), as descobertas tecnológicas estavam a todo vapor! Descobriu-se o método da Liofilização, processo de transformar líquidos em pó. Depois veio a invenção da lata, para conservação e transporte de alimentos, incentivada pela indústria do alumínio e pelas guerras. Nessa época, era costume as mulheres mais simples amamentarem os seus bebês e, ao mesmo tempo, os bebês de famílias mais ricas, pois na França do século 18 e 19 a condição da amamentação já era sabidamente recomendada para proteção de morte precoce: eles não sabiam por que, mas sabiam que o leite humano fazia diferença. Nossa! Hoje a gente sabe que dar de mamar não é fácil, é cansativo e requer intensa dedicação! Então, as mulheres mais ricas e da nobreza na Europa, assim como as sinhazinhas no Brasil, “delegavam” essa função, e contratavam as camponesas “amas de leite” ou chamavam as escravas de leite para a casa grande.

Ao redor de 1900, foi publicado um estudo que demonstrava que o leite de vaca possuía muuuuito mais proteína em comparação ao leite humano, só não sabiam que os tipos de proteínas eram diferentes! Então, tivemos a eclosão das duas grandes guerras mundiais, a primeira bem no começo do século, em 1914, e a segunda em 1945. Os homens na guerra, as fábricas paradas, o exército sem munição, as famílias sem renda, as mulheres necessárias na linha de produção, um monte de órfãos, um leite em pó “forte” na lata que produzia bebês super rechonchudos nesse aleitamento artificial...

Nada melhor para incentivar um movimento que disseminou a ideia que o leite materno era fraco e que bom mesmo era o leite da lata, que fazia o bebê dormir por horas... E que transformou a indústria das fórmulas infantis em uma potência mundial. Graças a Deus que isso vem mudando nos últimos anos, essas “indústrias” estão trabalhando um pouco em parcerias mais construtivas...

Nossas mães, avós, quiçá bisavós, cresceram vendo outdoors cheios de bebês roliços na propaganda do “NINHO” (que nome interessante!) e precisando trabalhar fora na reconstrução do mundo pós-guerra...

Elas realmente fizeram a melhor escolha, a escolha mais fundamentada que elas podiam fazer na sua época, deixaram seus bebês em casa ou nas creches com a mamadeira de fórmula e foram à luta. Conquistaram coisas incríveis, e nos legaram uma consciência do nosso valor e uma possibilidade de independência sem precedentes na história. Provaram a contribuição de uma visão cooperativa e um olhar mais sensível ao outro mesmo dentro no mundo empresarial, pra dizer o mínimo.

Mas a ciência não para, o tempo passou e então, o que aconteceu com aqueles bebês dos outdoors??

O que vimos nos últimos 100 anos foi uma explosão da epidemia mundial de obesidade, diabetes e hipertensão arterial (pressão alta). Mas isso é assunto para os próximos capítulos...

Próximos Temas:
- As consequências do uso das fórmulas a base do leite de vaca na alimentação dos bebês!
- Como começou o resgate do aleitamento materno, ou a histórias de umas mamães-cangurus...

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João da Silva

Criador do Marketing Digital 101

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